quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A (não) economia das lâmpadas LED

Fonte da imagem
As queridinhas das dicas para economizar são as lâmpadas LED, ainda mais considerando o atual preço da energia.
Mas nessas reportagens que vemos por aí, em geral, as comparações de gastos são feitas com a lâmpada incandescente e eu venho mostrar que se você já tem as lâmpadas econômicas (chamada no gráfico de CFL) talvez não seja um bom negócio trocar para a LED ( pelo menos, pelos próximos anos).

Na tabela acima, estão relacionados os consumos de cada modelo. Vamos usar como exemplo a incandescente de 100w e suas substitutas verdes.

Considerando o valor do Kwh R$ 0,72 (olhei na minha conta de luz ontem), vamos ver quantas horas de uso da lampada LED são necessários para chegar ao seu valor de R$ 30.

Com o 100 horas  de uso (aproximadamente # horas e 20 minutos por dia em um mês), a CFL gasta R$ 1,44 (0,020 x 100 x 0,72) e a LED 0,72 ( 0,010 x 100 x 0,72).

Assim, para a diferença (dinheiro economizado) chegar a R$ 30  é preciso 4166 horas.

E o que isso significa?
Que se você já tem as lâmpadas CFL (as branquinhas enroladinhas), deve considerar se realmente vale a pena fazer a troca agora quando as lampadas LED são novidade (mais ou menos), e com preços altos. Todos sabemos que em pouco tempo, o preço de uma nova tecnologia costuma baixar bastante.

Se você quiser começar a poupar daqui a um ano,  troque uma lâmpada que fica acesa mais de 11 horas por dia.

Quem sabe, vale a pena deixar para depois a substituição da lâmpada do corredor, ou da área de serviço, ou algum lugar que você fica pouco? Espere a atual queimar.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Uma lista para se (re)apaixonar por Van Gogh

Vincent (sim, agora somos íntimos) é o perfeito antiheroi: talentoso, emotivo, inteligente, solitário, coração partido...
Sua biografia é uma coletânea de fracassos: como professor, missionário, pastor. Sua vida amorosa não prosperou muito. Sua situação financeira era miserável, precisando pedir dinheiro para o pão e para suas tintas.

Eu comecei a ler as cartas que ele escreveu para seu irmão e fiz essa listinha de coisas que nos deixam ainda mais claro o tamanho da genialidade de Vincent.

1. Livro Cartas a Théo

Coletânea de correspondências entre os irmãos. Cada edição tem uma quantidade diferente de cartas, assim ao escolher, dê atenção a isso. 
No livro dá para perceber a sensibilidade do artista, em trechos como:
" Em vez de me deixar levar pelo desespero, tomei o partido da melancolia ativa enquanto a tinha a potência de atividade, ou em outras palavras, preferi a melancolia que espera e que aspira e que busca, àquela que embota e, estagnada, desespera."
Vincent mostra que apesar de todos os seus infortúnios, não cedia à autocomiseração e era muito consciente e esclarecido sobre sua situação, expressando uma grande inteligência emocional.

Devo confessar que tenho um dilema ético com a publicação: eu me pergunto o quão inadequado é esse texto, já que não foi nem quem escrevem nem quem recebeu que levou os documentos para se tornar um livro. Um lado meu acha que pode ser antiético usar de invasão de privacidade como lazer e se deliciar com a leitura de correspondência intima de um homem torturado.



2. Vincent and the doctor
No episódio da série Doctor Who, o doutor-alienígena-viajante do tempo ajuda o pintor a se livrar de demônios e o leva para Paris da atualidade e visita uma exposição dos seus quadros.
É um episódio lindíssimo, com uma cenografia perfeita, delicado. não tem como não chorar.
Aqui, uma cena. Mas procurem o episódio inteiro no Google, que há nos sites de séries gratuitas e também no Netflix.



Ok, mais um:



3. A matematíca por trás de Starry Night

O famoso quadro reproduz um padrão da natureza que até hoje os cientistas não entendem e levanta a questão sobre o que é a loucura e o que é sanidade, já que o 'louco' entendeu e os 'sãos' não.



EXTRAS


Aqui uma chatice minha: não gosto quando o representam com uma orelha cortada. Esse fato ocorreu no fim da vida dele. Assim, boa parte da sua trajetória foi feita com as duas orelhas (ou ouvido externo, pelo que eu entendi da nova nomemclatura). Então acho um reducionismo que parece pretender ressaltar 'a loucura' de Vincent.

Pronúncia
Não me venha com 'vincentchi van gógui'. Clique aqui e escute o nome em Holandês.


Espero que vocês tenham gostado e que a arte toque um pouquinho o coração de vocês.

quarta-feira, 29 de julho de 2015

A insustentável leveza do ser - parte I



Há tempos eu estava curiosa com esse título, e finalmente agora dei uma chance a ele e foi surpreendente. De longe, o livro mais profundo que li em muito tempo.

Eu tive até o bizarro sentimento de não querer ler para não ser enxerida e me meter na vida dos outros, de tão complexos e reais que são os personagens.

Assim, teve diversas passagens que me marcaram e eu postarei, e como hoje com uma que depois de "Lisbon revisited" é o trecho literário que mais se alinha com minha filosofia pessoal.
Milan kundera
Trecho de Insustentável leveza do ser


Como economizar ao comprar livros


Para quem tem o hábito da leitura, os livros podem pesar no bolso - a maioria dos lançamentos tem preços acima de R$30. Para quem lê um volume a cada dois ou três meses, até vai. Mas aqueles que devoram um por semana, vai ficar pesado no orçamento familiar esse hobby. Por isso, fiz essa listinha com dicas que creio que podem ajudar.

Eu já fui viciada em comprar livros (não necessariamente em ler), comprava os que gostava, mas não tinha previsão de ler e por fim acabava não lendo mesmo. Como eu me mudei 6 vezes nos últimos 5 anos e carregar três estantes e inúmeros livros me fez repensar esse meu hábito. Além disso, nos últimos tempos deixei de lado os textos (e volumes) mais pesados e estou dando mais atenção os romances e ficções -  o que é uma leitura mais rápida e, por conseguinte, eu precisaria comprar mais livros por mês. Assim, cheguei às seguintes sugestões:


Sem pagar: 

1° passo: Pedir emprestado (e devolver depois)
Vale ligar para os parentes, postar no Facebook que está procurando tal história. Os livros depois de lidos, são praticamente um objeto decorativo. Se você não tem fama de mau-devolvedor, com certeza um amigo ficará feliz em lhe emprestar um. E o melhor, você ainda terá com quem conversar sobre a história - é muito chato estar imerso numa trama e não ter ninguém para dividir suas impressões.

2º passo: Bibliotecas
Principalmente para clássicos são úteis.
Aqui em Pelotas, a Biblioteca Pública, por ser particular, cobra uma pequena mensalidade. Há três anos era R$6. A biblioteca do IFSul também é muito boa - apenas para alunos e funcionários.
As escolas também tem seus acervos, quem tem filhos pode pedir para eles retirar o livro - e de lambuja já dá um incentivo para a criançada escolher um título para si também.

3º passo: Trocas
Nessa onda de sustentabilidade ambiental e social têm surgido vários espaços onde é possível nos livrar daquilo que não nos é mais útil e levar para casa algo novo (para nós).
Tem grupos no Facebook apenas para troca de livros e organizados por cidades.

Uma ótima opção é o site livralivro, que é específico para troca de livros usados. É bem fácil de usar, mas para poder solicitar, primeiro você tem que enviar um volume. É só entrar, fazer duas listas, uma daqueles que você quer se livrar e outra dos que você gostaria de receber. Funciona super bem e eu já fiz várias trocas com sucesso. Até troquei um livro que estava meio inchadinho porque molhou, mas fiz a descrição direitinho e a usuária disse que ele chegou melhor do que ela tinha imaginado.

Pagando
4º passo: Pagar menos: comparar preço de usados com os dos ebooks.
Eu não tenho mais saco para ficar procurando livro em sebos apertados e desorganizados. Procuro direto no EstanteVirtual, já comprei inúmeras vezes e nunca tive problemas. E por fim comparo com os preços da versão Kindle.

5º passo: Comparar os preços online, para isso use sites como o Buscapé e Bondfaro. Atente-se para o adicional do frente.

Se nada disso, vá na livraria física mesmo.

quinta-feira, 2 de abril de 2015

Feminicídio

Antes do principal, algumas considerações sobre a Presidenta Dilma. Suspeita de corrupção? Sim. Péssima administradora? Sim. Péssima política e 'dedo ruim' para escolher ministros, secretários e afins? Sim e sim.

Dito isso, deixando claro que não sou uma seguidora cego e acrítica, vamos lá.

Precisou uma mulher chegar ao cargo mais alto do Estado para levarem a sério o inferno das agressões domésticas. Ok, levar a sério em termos, pois até isso já virou piada.

Alguns juristas alertam que essa distinção do homicídio de mulheres é contrária a ideia constitucional de que somos todos iguais perante a lei. Esquecem-se da explicação de que devemos tratar desigualmente os desiguais na medida de suas diferenças de forma a torná-los iguais.

Num mundo ideal, ok, talvez fosse mesmo desnecessário e até prejudicial essa aplicação. Mas o mundo sendo como é, infelizmente precisamos dessa legislação.

O que há de mais hediondo que ser desrespeitada, ameaçada, violentada (em todas as acepções do termo) e até assassinada por aquele que você acreditou ser alguém para dividir a vida, simplesmente por ser o que você nasceu?  Se um coração quebrado já doí, imagina quando o mocinho que  fez juras de amor, que dizia querer ser o pais dos seus filhos, que conquistou sua confiança, que admirava e a elogiava, vira um monstro? Que pega seu dinheiro, não te permite trabalhar, te põe para baixo, rouba todos os seus direitos, inclusive o amor próprio?

Fonte da imagem

O que há de mais hediondo que passar por isso dentro de casa?

Uma coisa que eu percebi recentemente é que quando se falava em 'mulher vítima da violência doméstica' eu imaginava uma família pobre, esposo bêbado, pessoas iletradas - algo distante, em um nicho específico da sociedade.

Infelizmente essa minha visão não poderia estar mais errada. Todas somos potenciais vítimas. Não tem aquela falsa certeza de 'comigo não vai acontecer, meu companheiro é rico/tem bom emprego/religioso/acadêmico/bonito/de família tradicional/muito centrado/cabeça aberta/feminista/um homem bom/pai de meninas/tem irmãs'.

Não estamos a salvo, por isso é importante uma rede governamental que esteja preparada para amparar as vítimas - material e legalmente. A lei não vai remediar de uma hora para a outra, mas é um pequeno passo em uma longa caminhada.


---------------------------------------------
p.s.: "Ah, mas existem mulheres que fazem isso com os homens" dirão os mais afiados. Sim, existem, ser mulher não é prova de caráter - nem do bom nem do mau caráter. Mas são raros os casos de maridos agredidos pelas esposas, é impossível legislar sobre todas as exceções, mas com certeza em juízo elas recebem a punição devida.
--------------------------------------------

Você pode conferir o texto da lei do feminicídio aqui

quinta-feira, 26 de março de 2015

terça-feira, 24 de março de 2015

segunda-feira, 23 de março de 2015

Capa para caneca

Mal começou o outono e a coceirinha por tricotar/crochezar só apareceu.

Ontem, fiz esse 'casaquinho' para minha caneca, meio sem receita, a olho. Ainda quero por uns enfeitinhos - ou 'a perfumaria' como um professor de programação falava há muito tempo.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Arte na Cultura Pop - 5 vídeos que farão seu dia mais feliz

'A arte é o alimento da alma' nos diz o ditado popular. E não posso concordar mais - lembro daquela sensação boa de mente fervilhando de ideias depois de uma voltinha em um museu.

Nesses tempos cada vez mais ásperos aumenta nossa necessidade pelo belo, pelo suave e delicado. Às vezes, nem nos damos de conta dessa nossa falta.

De outro lado, também não faltam críticos da produção artística e cultural da atualidade - 'só se faz baixaria e chinelagem'. E também, há a queixa que um espetáculo bom é caro.

Para satisfazer - em parte - essa vontade por coisas belas e leves e contradizer os reclamões, fiz uma rápida lista com alguns vídeos que eu acho que são completamente artísticos e estão no youtube - aquele lugares onde perdemos horas de nossas vidas assistindo a vídeos de gatinhos. Que tal usarmos a ferramenta para alimentar a alma?



Pink - Try
Gente, que balé é esse?




A morte do cisne - John Lennon (sim, é isso)

Num programa de calouros do SBT. Seria o "Qual é o seu talento?"?



Sia - Chandelier

Essa menina denota.


Sia - Elastic Heart

Viu?


Bars y Melody - Mr. Bullying

Também outra de um show de talento da TV, esse é do Factor X Britain's Got Talent. A música em si segue uma fórmula bem batida ( tanto que virou deboche na voz do Adnet - mas isso é outra história) mas a letra é comovente, pois as duas crianças escreveram falando de um problema que experenciaram.



É um hobby meu, procurar vídeos que sejam 'uma verdadeira obra-prima' para rever de vez em quando e deixar minha alma mais aconchegada.

Se você lembrar de algum, por favor, me fale para eu por aqui na lista.


p.s.: Esse post não tem a mínima intenção de discutir o que é arte e muito menos de separar o que é do que não é - até porque eu não sei.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Vamos brincar de panelinha? - O panelaço e a reação a ele

Nós brasileiros sempre fomos conhecidos como um povo alegre, que mistura assuntos importantes com humor e que ri de sua própria tragédia. Mas eu tenho notado que ultimamente mais um ingrediente entrou na massa, tornando a coisa mais explosiva: o ódio.
Assim, nas redes sociais debatemos (embora raramente haja um debate propriamente dito) temas sérios, com humor e ódio.
Outra coisa há muito conhecida é a alta taxa de analfabetismo funcional(quando a pessoa sabe ler as palavras, mas não consegue dar um sentido à mensagem do texto). Juntando isso com rapidez da mídia eletrônica, que nos faz 'pular' algumas preposições, estruturas mais longas e pontuação, temos uma situação que leva todas as conversas rapidamente para a raiva.

Fonte da imagem



Fiz essa introdução porque comentarei algumas coisas que vi no Facebook nos últimos dias e não quero que pareça que eu não tenha pegado o valor humorístico da coisa, apenas são impressões que podem ser passadas numa leitura rápida, trazendo respostas mais velozes ainda, numa espiral negativa de consciência política - ou nível mesmo, às vezes dá vontade de chamar o Ratinho para mediar a postagem.

Só para facilitar a escrita e não ficar repetindo termos vamos combinar:
CD -  é o grupo de pessoas contrárias à presidente Dilma, a oposição.
FD - é o grupo de pessoas favoráveis à presidente Dilma, a situação.

Pessoalmente, eu acho as tais batidas nas panelas válidas como protesto. Raso, preguiçoso e quase engraçado, mas ainda um protesto. As coisas que extrapolaram disso é que são preocupantes.

Chamar de 'vaca'? Eu sei que isso já foi muito discorrido, mas sério? O que isso deveria significar? E o que isso tem a ver com habilidade para chefiar uma nação? Chamem de corrupta, burra, péssima estrategista, mau caráter, sei lá.. mas vaca? Parece a criança de 5 anos chamando a coleguinha de 'chata, feia e boba'. Vamos lá, esforço no vocabulário, gente.

Conforme o perfil falso da Gloria Kalil Chique é saber votar.

Fonte da imagem

Isso traz a ideia muito difundida de que quem votou na Dilma deve aceitar - caladinhos - toda e qualquer lambança e que quem votou no Aécio pode 'lavar suas mãos'. Errado e errado.

Se comprarmos um produto e não recebemos o anunciado, temos todo o direito de reclamar, falar de propaganda enganosa, dizer que tá errado, enfim exigir nossos direitos. Da mesma forma, os FD podem reclamar da presidenta.

Do outro lado também, os CD podem virar as costas, ficar fazendo pirraça e torcendo que dê errado só para poder dizer 'eu te avisei'? Esse comportamento faz parte do problema, não da solução, e com certeza não é algo que venha de uma pessoa com o mínimo de conhecimento político. Na minha opinião, quem fala isso não tem como pedir impeachment, ou impítima - mas isso é assunto para outra feita.

Lucas Limas fez um comentário bem pedagógico para quem ainda não entendeu:

Link para o post aqui


Do lado da FD também teve várias postagens engraçadas, mas que podem levar para o aprofundamento do problema.



Fonte: Facebook/ se acharem o autor, por favor, me avise =)

Fonte: Pescotapa

Sobre ser apenas ricos, qual o problema? Se não queremos ser discriminados ou calados por conta da nossa baixa renda, não podemos fazer isso com aqueles que tem mais recursos. Afinal, nós estudamos, trabalhamos duro com a intenção de ter um vida melhor, uma situação financeira mais confortável. E com certeza, não queremos ter nossos direitos podados quando oxalá chegarmos lá. Pessoalmente, eu tô louca para fazer a Carolina Ferraz:

Fonte da imagem
Brinks, gente. voltando...

E daí que eles tinham empregadas domésticas, ou não soubessem onde estavam as panelas? Só quem limpa sua casa e cozinha sua própria comida pode se pronunciar a respeito da politica? Aliás, eu adoraria ter alguém que arrumasse meu apartamento.

Lembremos de Voltaire e deixemos quem quiser estraguem suas panelas - preferencialmente gritando xingamentos e termos que façam sentido.
Questionar as ideias, ao invés do método, é muito mais divertido, inteligente e proveitoso.

 p.s.: Usei como fontes perfis falsos e imagens da rede social porque acredito que cada vez mais não interessa se uma mensagem é verdadeira ou falsa, um mero boato pode causar o mesmo efeito que uma notícia verídica, senão maior.

domingo, 8 de março de 2015

Eu quero ser o Dwight! ou Por que eu não escolheria ser mulher novamente

Se pudesse escolher, eu não seria mulher

O dia de hoje traz diversas análises, se devemos ou não comemorar, se os homens devem e podem nos presentear com flores, se podem abrir a porta do carro, estrutura do mercado de trabalho, entre outras.

Temos riquíssimos textos nesse sentido e por isso, pretendo fazer diferente. Vou dar um depoimento mais pessoal de como eu vejo o 'ser mulher'.

Não tem como começar sem ser pelo tema mais pungente: o corpo da mulher é um bem público - ao menos é o que parece. E no mínimo, de duas formas diferentes.

Somos bombardeadas o tempo todo por mensagens e insinuações sobre como deveríamos ser - e o pior, mensagens contraditórias!

No inicio desse ano, teve uma semana em que os dois assuntos mais debatidos foram a forma feminina. De um lado a linda bunda da Paola Oliveira e de outro, a coragem da jovem obesa que desfilou no Garota Verão. E não é só uma citação aos fatos, são dissecações, dissertações, videos em câmera lenta

De onde tiraram que é importante, possível, permitido e elegante ficar falando do corpo dos outros? Isso é intrusivo. E no meio disso tudo, ficamos na platéia sem saber como atender ao que esperam de nós, que sejamos corajosas e desencanadas com a nossa figura, mas também gostosas como a Paola. Oo 

O outro lado pelo qual nosso corpo é tomado como publico são nas massivas agressões perante as quais temos que calar todos os dias.
Um assobio não é só um assobio, é todo o medo que temos que passe disso. É o saber que temos que baixar a cabeça, porque se xingarmos o cara pode vir atrás de nós e ser pior.
Talvez os homens não saibam, mas nós temos que escolher nossas roupas pensando na forma que ficaremos menos à mercê de violência.
Duvido que algum homem tranque a respiração de medo e conte os segundos para passar por um grupo de quatro ou cinco mulher que estejam na calçada. Eu sim. E não é por me achar a última bolachinha do pacote, é experiência.

Outra questão é sobre o 'pacote 'feminilidade' que devemos ter: doçura, habilidade interpessoal, ser boa com crianças, fogões e vassouras. Também tem o pacote de coisas que não são 'de mocinha' ou de mulher: opiniões, lidar com dinheiro do casal, entender de carro, saber dirigir bem, matemática, física, estratégia. Aqui eu precisarei abrir dois grandes parênteses.

Parêntese 1: O preconceito mais ridículo, raso e sem sentido é que nós dirigimos mal.   Come on, as seguradoras tem exércitos de contadores, economistas, cientistas atuariais e cobram menos de nós. Isso é a maior prova que tem que as mulheres dirigem melhor - o mercado não mente.

Parêntese 2: Aff, esse é bucha. Há dez anos, eu fazia o curso de tecnologia em telecomunições no IFSul e tinha, me desculpe, um animal de um professor que proferia em alto e bom som, para alegria da audiência majoritariamente masculina, asneiras como "Isso é integral de macho, vocês não vão conseguir", "As gurias deveriam estar em cursos de tricô, corte e costura, não estudando eletricidade".
Algumas colegas saiam chorando de aula e um pensou em desistir do curso por não conseguir passar com esse professor (não consegui achar nenhum adjetivo


Fonte da imagem

Felizmente, acho que nesse aspecto fizemos um pequeno avanço, pois mesmo que continuem pensando isso, não consigo imaginar um professor falando isso em aula e que todas ficariam quietas. Acho que essa barreira do silêncio já quebramos.


Voltando ao pacote de coisas que devemos ter. Não considero que o que conquistamos com a revolução feminista são nossos direitos - essas coisas acabaram se somando às nossas obrigações.

Além de nosso papel de cuidar do lar, da familía, dos suprimentos, agora TEMOS que estudar, trabalhar, ter nossa renda, cuidar do corpo, estarmos informadas do mundo e da política.

O que era para ser opções e nos abrir um leque de possibilidade para diferentes vidas que quiséssemos ter, viraram obrigações, deixando nosso fardo ainda mais pesado.

Experimentem dizer que vocês não querem ter filhos. Ou que não querem um carro. Ou que não estão de dieta. Gente, às vezes é pior que ofender a mãe de alguém. Não dá, tua vida não está completa sem o conjunto marido-filho-apê-split-carro financiado.
Na minha volta, os questionadores por enquanto estão mais calmos, mas sei que assim que eu fizer trinta, meu útero voltará a ser assunto público.

Um tanto dessas aberrações que definem o papel de cada gênero - que teimam em chamar de sexo - vem de livros pseudo científicos. Eu mesma cai da armadilha do "homens são de marte, mulheres são de Vênus", "Porque os homens fazem sexo e as mulheres choram". Por algum tempo acreditei que era verdade, que temos definições biológicas que nós fazem ser assim e não há nada que possamos fazer para mudar.

Felizmente, encontrei - ou fui encontrada - por um artigo que esclarece aquele tipo de livro: sim, temos distinções na formação do cérebro, mas sua interferência no comportamento é ínfima comparado a influência do ambiente.
Seria algo como temos 1% de diferença biológica e 40% vem da cultura em que estamos inseridos.
Ou seja, é a sociedade e a criação que nos faz fofinhas, prendadas, amorosas, enquanto eles são fechados, não falam de sentimentos e são bom com máquinas e motores.

Parece que tudo é contra nós: na escola, na academia, no trabalho, na saúde, na família. Eu estou há um tempo procurando, mas não consigo achar vantagem em ser mulher.

Se eu pudesse escolher, seria homem - afinal, se a vida fosse um video game, quem escolheria sair com o personagem mais fraco?
  

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Como fazer de Pelotas um polo turístico

O ano de 2015 vai ser cheio de feriados estendidos. E quando pensamos nele é natural já imaginar para onde iremos viajar. Mas duvido que muitas pessoas tenham planos de vir para Pelotas e passar um feriadão aqui. O que teríamos para oferecer?
Para responder essas questões eu fiz uma 'engenharia reversa' analisando o que nos leva a escolher essa ou aquela cidade para nossos passeios.

Assim, fiz uma lista de atrações que podemos oferecer para colocar a Princesa do Sul na rota dos visitantes.
Como sei que nenhuma região vira Gramado de uma hora para outra e que ninguém vai investir uma grande quantia em uma cidade 'morta', dividi as ideias inicialmente em Iniciais, que são aquelas mais fáceis, baratas e/ou de curto prazo, de Grande Porte, para quando já houver um movimento que justifique maiores gastos e por fim, uma Polêmica. Essas duas últimas ficarão para outro post.


* Visitas às fábricas de doce

Organizar junto às doçarias, uma pequena estrutura com um profissional que seja o guia, conte a história, explique o processo, mostre as instalações, proporcione degustações e por fim, leve a lojinha.
Isso tem funcionado em vinhedos, queijarias, produtores de couro...

Fonte da Imagem


* Prato ou bebida típica

Sabe aquela coisa de 'quando ir a tal-cidade tem que provar o tal-coisa'? Algo assim, nosso, único. Eu sei que já temos os doces, mas eu sugiro algo mais específico, como Quentão de vinho de pêssego.

* Ingresso único

Nossa Pelotinhas não conta com um grande museu. Assim, a princípio passa a ideia de 'ah, não vou em tal lugar, ainda ter que pagar só para ver meia dúzia de coisas".  No caso de um ticket unificado,  além de ser mais simples, o turista vai ser estimulado a visitar mais lugares.
O objetivo não deve ser ficar rico com a bilheteria e sim gerar movimentação entre as atrações e obter rentabilidade com a venda de lembrancinhas, lanches, jantares em torno dos museus. Exemplificando: é mais atrativo ir a uma rota de pequenos museus particulares  já tendo o ingresso único e lá, os turistas podem comprar geléias, frutas cristalizadas, tomar um café colonial - essa sim, a fonte de receita principal.

* Charqueadas

Eu considero as charqueadas o nosso patrimônio cultural mais mal aproveitado. Sendo pelotense e morando aqui há 28 anos, devo confessar que nunca fiz esse passeio. e perguntando para alguns conhecidos, os que foram foi por motivos acadêmicos ou para acompanhar algum visitante de fora da cidade que queria conhecer.
Eu sei que tem uma agência de turismo que faz um tour de barco, porém acho o preço alto - como todo serviço mais exclusivo tem. Acredito que possa ser feito de uma forma mais popular. Proponho uma visitação às charqueadas, transporte pelo arroio e quem sabe, ao final da tarde 'cerimônia do por-do-sol'.
Essa proposta é realmente simples, só é necessário uma pequena estrutura ou com música ao vivo ou uma emocionante mensagem gravada, como em João Pessoa, na praia do Jacaré.

* Fonte dos desejos

 Algo super divertido e que gera boas fotos, além das boas energias, é um lugar para depositarmos nossos melhores anseios. amor eterno, no caso das pontes de Paris ou da Fonte dos Cadeados de Montevideo, ou o retorno a cidade como em Roma, na Fontana di Trevi.
Eu sugiro usar o chafariz da Praça Cipriano Barcellos/do Pavão/dos camelôs depois de reformada.



* Placa com o nome da cidade

Letras brancas, gigantes, com em Amsterdam, são uma ótima forma de estimular os visitantes a se locomoverem pela cidade. Um letreiro no Laranjal é um motivo a mais para conhecerem nossa praia.



Com essas todas essas atrações facilmente é possível montar um roteiro para um final de semana estendido. Então, quando elas estiverem/estivessem em funcionamento, o próximo passo será/seria uma forte identidade visual, marketing e entrar em contato com as agências de turismo de outras cidades para convidá-los a montar pacotes para Pelotas. Pode ser interessante também a publicidade com blogueiros.

Como dito, em um próximo post eu contarei minhas ideias para as ações em um segundo momento de transformação de Pelotas em polo turístico.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Manual prático de bons modos em ônibus

Gente, 'se comportar' e pensar no próximo parece uma coisa simples, mas com cada coisa que eu vejo por aí.. não sei, não...então vou falar bem explicadinho.

Fonte da imagem

Usar o transporte público para muitos é a única saida, mas poucos é uma escolha.
Podem rir, mas eu gosto de andar de ônibus, vou ali sentadinha, lendo meu livro, ouvindo uma música, sem me preocupar com o trânsito, pensando na vida... Enquanto dirigimos, não conseguimos 'meditar'. (Sim, o ruim é esperar o ônibus, mas isso é outra história)

Já que é parte da rotina diária de muita gente, vamos as dicas para deixar a tarefa mais leve.

* Antes de embarcar, já localize o dinheiro/vale-transporte/cartão. Não tem coisa mais chata que a pessoa quando chega na catraca, começar a vascular toda a bolsa atrás do vale.

* Se o ônibus tem entrada e/ou saída dividida, use os dois lados.

* Se a porta de descida for no meio do veículo, alterne entre quem vem da frente e quem vem de trás para ter a vez para sair.

* Mochilas (sério que em 2015 ainda preciso escrever sobre isso?). Vamos carregá-las nas mãos, e quando em pé, colocá-las entre as pernas, ok?

* Caso tenha que ficar em pé, vá para o fundo do ônibus. Assim, salvamos a garganta do cobrador de ficar gritando "venha a cima". Além de não trancar o caminho dos outros.

* Na hora de pico, se você sabe que vai descer antes do busão esvaziar, já vá para perto da porta. Isso também é muito chato: 20 metros antes da parada, a pessoa começa a pedir licença, desviar empurrando umas 40 pessoas a caminho da porta. quem faz isso deve ser o mesmo que procura o cartão nas profundezas da bolsa.

* Não fique batendo boca com o motorista por o veículo estar muito cheio. A culpa é da empresa - pegue seu telefoninho e ligue para lá e faça suas reclamações - educamente, de preferência. Guarde para o motora as questões que ele tem responsabilidade, como direção imprudente, alta velocidade..

* Acho que em Pelotas, felizmente esse problema não temos, mas nunca é demais: use fones de ouvido. não atrapalhe a meditação alheia.

* Homens, fechem suas pernas, sentem que nem gente para que seja possível alguém usar o assento do lado.


Por hoje é só pessoal, gentileza gera gentileza.