quinta-feira, 26 de março de 2015

terça-feira, 24 de março de 2015

segunda-feira, 23 de março de 2015

Capa para caneca

Mal começou o outono e a coceirinha por tricotar/crochezar só apareceu.

Ontem, fiz esse 'casaquinho' para minha caneca, meio sem receita, a olho. Ainda quero por uns enfeitinhos - ou 'a perfumaria' como um professor de programação falava há muito tempo.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Arte na Cultura Pop - 5 vídeos que farão seu dia mais feliz

'A arte é o alimento da alma' nos diz o ditado popular. E não posso concordar mais - lembro daquela sensação boa de mente fervilhando de ideias depois de uma voltinha em um museu.

Nesses tempos cada vez mais ásperos aumenta nossa necessidade pelo belo, pelo suave e delicado. Às vezes, nem nos damos de conta dessa nossa falta.

De outro lado, também não faltam críticos da produção artística e cultural da atualidade - 'só se faz baixaria e chinelagem'. E também, há a queixa que um espetáculo bom é caro.

Para satisfazer - em parte - essa vontade por coisas belas e leves e contradizer os reclamões, fiz uma rápida lista com alguns vídeos que eu acho que são completamente artísticos e estão no youtube - aquele lugares onde perdemos horas de nossas vidas assistindo a vídeos de gatinhos. Que tal usarmos a ferramenta para alimentar a alma?



Pink - Try
Gente, que balé é esse?




A morte do cisne - John Lennon (sim, é isso)

Num programa de calouros do SBT. Seria o "Qual é o seu talento?"?



Sia - Chandelier

Essa menina denota.


Sia - Elastic Heart

Viu?


Bars y Melody - Mr. Bullying

Também outra de um show de talento da TV, esse é do Factor X Britain's Got Talent. A música em si segue uma fórmula bem batida ( tanto que virou deboche na voz do Adnet - mas isso é outra história) mas a letra é comovente, pois as duas crianças escreveram falando de um problema que experenciaram.



É um hobby meu, procurar vídeos que sejam 'uma verdadeira obra-prima' para rever de vez em quando e deixar minha alma mais aconchegada.

Se você lembrar de algum, por favor, me fale para eu por aqui na lista.


p.s.: Esse post não tem a mínima intenção de discutir o que é arte e muito menos de separar o que é do que não é - até porque eu não sei.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Vamos brincar de panelinha? - O panelaço e a reação a ele

Nós brasileiros sempre fomos conhecidos como um povo alegre, que mistura assuntos importantes com humor e que ri de sua própria tragédia. Mas eu tenho notado que ultimamente mais um ingrediente entrou na massa, tornando a coisa mais explosiva: o ódio.
Assim, nas redes sociais debatemos (embora raramente haja um debate propriamente dito) temas sérios, com humor e ódio.
Outra coisa há muito conhecida é a alta taxa de analfabetismo funcional(quando a pessoa sabe ler as palavras, mas não consegue dar um sentido à mensagem do texto). Juntando isso com rapidez da mídia eletrônica, que nos faz 'pular' algumas preposições, estruturas mais longas e pontuação, temos uma situação que leva todas as conversas rapidamente para a raiva.

Fonte da imagem



Fiz essa introdução porque comentarei algumas coisas que vi no Facebook nos últimos dias e não quero que pareça que eu não tenha pegado o valor humorístico da coisa, apenas são impressões que podem ser passadas numa leitura rápida, trazendo respostas mais velozes ainda, numa espiral negativa de consciência política - ou nível mesmo, às vezes dá vontade de chamar o Ratinho para mediar a postagem.

Só para facilitar a escrita e não ficar repetindo termos vamos combinar:
CD -  é o grupo de pessoas contrárias à presidente Dilma, a oposição.
FD - é o grupo de pessoas favoráveis à presidente Dilma, a situação.

Pessoalmente, eu acho as tais batidas nas panelas válidas como protesto. Raso, preguiçoso e quase engraçado, mas ainda um protesto. As coisas que extrapolaram disso é que são preocupantes.

Chamar de 'vaca'? Eu sei que isso já foi muito discorrido, mas sério? O que isso deveria significar? E o que isso tem a ver com habilidade para chefiar uma nação? Chamem de corrupta, burra, péssima estrategista, mau caráter, sei lá.. mas vaca? Parece a criança de 5 anos chamando a coleguinha de 'chata, feia e boba'. Vamos lá, esforço no vocabulário, gente.

Conforme o perfil falso da Gloria Kalil Chique é saber votar.

Fonte da imagem

Isso traz a ideia muito difundida de que quem votou na Dilma deve aceitar - caladinhos - toda e qualquer lambança e que quem votou no Aécio pode 'lavar suas mãos'. Errado e errado.

Se comprarmos um produto e não recebemos o anunciado, temos todo o direito de reclamar, falar de propaganda enganosa, dizer que tá errado, enfim exigir nossos direitos. Da mesma forma, os FD podem reclamar da presidenta.

Do outro lado também, os CD podem virar as costas, ficar fazendo pirraça e torcendo que dê errado só para poder dizer 'eu te avisei'? Esse comportamento faz parte do problema, não da solução, e com certeza não é algo que venha de uma pessoa com o mínimo de conhecimento político. Na minha opinião, quem fala isso não tem como pedir impeachment, ou impítima - mas isso é assunto para outra feita.

Lucas Limas fez um comentário bem pedagógico para quem ainda não entendeu:

Link para o post aqui


Do lado da FD também teve várias postagens engraçadas, mas que podem levar para o aprofundamento do problema.



Fonte: Facebook/ se acharem o autor, por favor, me avise =)

Fonte: Pescotapa

Sobre ser apenas ricos, qual o problema? Se não queremos ser discriminados ou calados por conta da nossa baixa renda, não podemos fazer isso com aqueles que tem mais recursos. Afinal, nós estudamos, trabalhamos duro com a intenção de ter um vida melhor, uma situação financeira mais confortável. E com certeza, não queremos ter nossos direitos podados quando oxalá chegarmos lá. Pessoalmente, eu tô louca para fazer a Carolina Ferraz:

Fonte da imagem
Brinks, gente. voltando...

E daí que eles tinham empregadas domésticas, ou não soubessem onde estavam as panelas? Só quem limpa sua casa e cozinha sua própria comida pode se pronunciar a respeito da politica? Aliás, eu adoraria ter alguém que arrumasse meu apartamento.

Lembremos de Voltaire e deixemos quem quiser estraguem suas panelas - preferencialmente gritando xingamentos e termos que façam sentido.
Questionar as ideias, ao invés do método, é muito mais divertido, inteligente e proveitoso.

 p.s.: Usei como fontes perfis falsos e imagens da rede social porque acredito que cada vez mais não interessa se uma mensagem é verdadeira ou falsa, um mero boato pode causar o mesmo efeito que uma notícia verídica, senão maior.

domingo, 8 de março de 2015

Eu quero ser o Dwight! ou Por que eu não escolheria ser mulher novamente

Se pudesse escolher, eu não seria mulher

O dia de hoje traz diversas análises, se devemos ou não comemorar, se os homens devem e podem nos presentear com flores, se podem abrir a porta do carro, estrutura do mercado de trabalho, entre outras.

Temos riquíssimos textos nesse sentido e por isso, pretendo fazer diferente. Vou dar um depoimento mais pessoal de como eu vejo o 'ser mulher'.

Não tem como começar sem ser pelo tema mais pungente: o corpo da mulher é um bem público - ao menos é o que parece. E no mínimo, de duas formas diferentes.

Somos bombardeadas o tempo todo por mensagens e insinuações sobre como deveríamos ser - e o pior, mensagens contraditórias!

No inicio desse ano, teve uma semana em que os dois assuntos mais debatidos foram a forma feminina. De um lado a linda bunda da Paola Oliveira e de outro, a coragem da jovem obesa que desfilou no Garota Verão. E não é só uma citação aos fatos, são dissecações, dissertações, videos em câmera lenta

De onde tiraram que é importante, possível, permitido e elegante ficar falando do corpo dos outros? Isso é intrusivo. E no meio disso tudo, ficamos na platéia sem saber como atender ao que esperam de nós, que sejamos corajosas e desencanadas com a nossa figura, mas também gostosas como a Paola. Oo 

O outro lado pelo qual nosso corpo é tomado como publico são nas massivas agressões perante as quais temos que calar todos os dias.
Um assobio não é só um assobio, é todo o medo que temos que passe disso. É o saber que temos que baixar a cabeça, porque se xingarmos o cara pode vir atrás de nós e ser pior.
Talvez os homens não saibam, mas nós temos que escolher nossas roupas pensando na forma que ficaremos menos à mercê de violência.
Duvido que algum homem tranque a respiração de medo e conte os segundos para passar por um grupo de quatro ou cinco mulher que estejam na calçada. Eu sim. E não é por me achar a última bolachinha do pacote, é experiência.

Outra questão é sobre o 'pacote 'feminilidade' que devemos ter: doçura, habilidade interpessoal, ser boa com crianças, fogões e vassouras. Também tem o pacote de coisas que não são 'de mocinha' ou de mulher: opiniões, lidar com dinheiro do casal, entender de carro, saber dirigir bem, matemática, física, estratégia. Aqui eu precisarei abrir dois grandes parênteses.

Parêntese 1: O preconceito mais ridículo, raso e sem sentido é que nós dirigimos mal.   Come on, as seguradoras tem exércitos de contadores, economistas, cientistas atuariais e cobram menos de nós. Isso é a maior prova que tem que as mulheres dirigem melhor - o mercado não mente.

Parêntese 2: Aff, esse é bucha. Há dez anos, eu fazia o curso de tecnologia em telecomunições no IFSul e tinha, me desculpe, um animal de um professor que proferia em alto e bom som, para alegria da audiência majoritariamente masculina, asneiras como "Isso é integral de macho, vocês não vão conseguir", "As gurias deveriam estar em cursos de tricô, corte e costura, não estudando eletricidade".
Algumas colegas saiam chorando de aula e um pensou em desistir do curso por não conseguir passar com esse professor (não consegui achar nenhum adjetivo


Fonte da imagem

Felizmente, acho que nesse aspecto fizemos um pequeno avanço, pois mesmo que continuem pensando isso, não consigo imaginar um professor falando isso em aula e que todas ficariam quietas. Acho que essa barreira do silêncio já quebramos.


Voltando ao pacote de coisas que devemos ter. Não considero que o que conquistamos com a revolução feminista são nossos direitos - essas coisas acabaram se somando às nossas obrigações.

Além de nosso papel de cuidar do lar, da familía, dos suprimentos, agora TEMOS que estudar, trabalhar, ter nossa renda, cuidar do corpo, estarmos informadas do mundo e da política.

O que era para ser opções e nos abrir um leque de possibilidade para diferentes vidas que quiséssemos ter, viraram obrigações, deixando nosso fardo ainda mais pesado.

Experimentem dizer que vocês não querem ter filhos. Ou que não querem um carro. Ou que não estão de dieta. Gente, às vezes é pior que ofender a mãe de alguém. Não dá, tua vida não está completa sem o conjunto marido-filho-apê-split-carro financiado.
Na minha volta, os questionadores por enquanto estão mais calmos, mas sei que assim que eu fizer trinta, meu útero voltará a ser assunto público.

Um tanto dessas aberrações que definem o papel de cada gênero - que teimam em chamar de sexo - vem de livros pseudo científicos. Eu mesma cai da armadilha do "homens são de marte, mulheres são de Vênus", "Porque os homens fazem sexo e as mulheres choram". Por algum tempo acreditei que era verdade, que temos definições biológicas que nós fazem ser assim e não há nada que possamos fazer para mudar.

Felizmente, encontrei - ou fui encontrada - por um artigo que esclarece aquele tipo de livro: sim, temos distinções na formação do cérebro, mas sua interferência no comportamento é ínfima comparado a influência do ambiente.
Seria algo como temos 1% de diferença biológica e 40% vem da cultura em que estamos inseridos.
Ou seja, é a sociedade e a criação que nos faz fofinhas, prendadas, amorosas, enquanto eles são fechados, não falam de sentimentos e são bom com máquinas e motores.

Parece que tudo é contra nós: na escola, na academia, no trabalho, na saúde, na família. Eu estou há um tempo procurando, mas não consigo achar vantagem em ser mulher.

Se eu pudesse escolher, seria homem - afinal, se a vida fosse um video game, quem escolheria sair com o personagem mais fraco?