quarta-feira, 11 de março de 2015

Vamos brincar de panelinha? - O panelaço e a reação a ele

Nós brasileiros sempre fomos conhecidos como um povo alegre, que mistura assuntos importantes com humor e que ri de sua própria tragédia. Mas eu tenho notado que ultimamente mais um ingrediente entrou na massa, tornando a coisa mais explosiva: o ódio.
Assim, nas redes sociais debatemos (embora raramente haja um debate propriamente dito) temas sérios, com humor e ódio.
Outra coisa há muito conhecida é a alta taxa de analfabetismo funcional(quando a pessoa sabe ler as palavras, mas não consegue dar um sentido à mensagem do texto). Juntando isso com rapidez da mídia eletrônica, que nos faz 'pular' algumas preposições, estruturas mais longas e pontuação, temos uma situação que leva todas as conversas rapidamente para a raiva.

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Fiz essa introdução porque comentarei algumas coisas que vi no Facebook nos últimos dias e não quero que pareça que eu não tenha pegado o valor humorístico da coisa, apenas são impressões que podem ser passadas numa leitura rápida, trazendo respostas mais velozes ainda, numa espiral negativa de consciência política - ou nível mesmo, às vezes dá vontade de chamar o Ratinho para mediar a postagem.

Só para facilitar a escrita e não ficar repetindo termos vamos combinar:
CD -  é o grupo de pessoas contrárias à presidente Dilma, a oposição.
FD - é o grupo de pessoas favoráveis à presidente Dilma, a situação.

Pessoalmente, eu acho as tais batidas nas panelas válidas como protesto. Raso, preguiçoso e quase engraçado, mas ainda um protesto. As coisas que extrapolaram disso é que são preocupantes.

Chamar de 'vaca'? Eu sei que isso já foi muito discorrido, mas sério? O que isso deveria significar? E o que isso tem a ver com habilidade para chefiar uma nação? Chamem de corrupta, burra, péssima estrategista, mau caráter, sei lá.. mas vaca? Parece a criança de 5 anos chamando a coleguinha de 'chata, feia e boba'. Vamos lá, esforço no vocabulário, gente.

Conforme o perfil falso da Gloria Kalil Chique é saber votar.

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Isso traz a ideia muito difundida de que quem votou na Dilma deve aceitar - caladinhos - toda e qualquer lambança e que quem votou no Aécio pode 'lavar suas mãos'. Errado e errado.

Se comprarmos um produto e não recebemos o anunciado, temos todo o direito de reclamar, falar de propaganda enganosa, dizer que tá errado, enfim exigir nossos direitos. Da mesma forma, os FD podem reclamar da presidenta.

Do outro lado também, os CD podem virar as costas, ficar fazendo pirraça e torcendo que dê errado só para poder dizer 'eu te avisei'? Esse comportamento faz parte do problema, não da solução, e com certeza não é algo que venha de uma pessoa com o mínimo de conhecimento político. Na minha opinião, quem fala isso não tem como pedir impeachment, ou impítima - mas isso é assunto para outra feita.

Lucas Limas fez um comentário bem pedagógico para quem ainda não entendeu:

Link para o post aqui


Do lado da FD também teve várias postagens engraçadas, mas que podem levar para o aprofundamento do problema.



Fonte: Facebook/ se acharem o autor, por favor, me avise =)

Fonte: Pescotapa

Sobre ser apenas ricos, qual o problema? Se não queremos ser discriminados ou calados por conta da nossa baixa renda, não podemos fazer isso com aqueles que tem mais recursos. Afinal, nós estudamos, trabalhamos duro com a intenção de ter um vida melhor, uma situação financeira mais confortável. E com certeza, não queremos ter nossos direitos podados quando oxalá chegarmos lá. Pessoalmente, eu tô louca para fazer a Carolina Ferraz:

Fonte da imagem
Brinks, gente. voltando...

E daí que eles tinham empregadas domésticas, ou não soubessem onde estavam as panelas? Só quem limpa sua casa e cozinha sua própria comida pode se pronunciar a respeito da politica? Aliás, eu adoraria ter alguém que arrumasse meu apartamento.

Lembremos de Voltaire e deixemos quem quiser estraguem suas panelas - preferencialmente gritando xingamentos e termos que façam sentido.
Questionar as ideias, ao invés do método, é muito mais divertido, inteligente e proveitoso.

 p.s.: Usei como fontes perfis falsos e imagens da rede social porque acredito que cada vez mais não interessa se uma mensagem é verdadeira ou falsa, um mero boato pode causar o mesmo efeito que uma notícia verídica, senão maior.

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